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GLAUCOMA - blog de Manuel

Glaucoma - tratamento com colírios

por Manuel

Como se referiu no anterior post, uma vez diagnosticado o glaucoma e identificado o factor responsável pela progressão da doença que, na maioria das situações, é a pressão intra-ocular elevada, a maior parte dos casos é controlada mediante a utilização de medicamentos sob a forma de colírios, ou seja, gotas de aplicação tópica ocular. O tratamento do glaucoma com base em colírios é de longe a mais vulgar das abordagens. Daí que me pareça adequado uma pequena referência a alguns aspectos práticos da actuação nesta matéria.

O tratamento deve ser instituído imediatamente com o objectivo de preservar a função visual ainda existente. Inicialmente, são prescritos colírios, usados duas vezes ao dia, outros quatro vezes ao dia. Após a instilação dos colírios, deve-se manter os olhos fechados durante 2 minutos, evitando que o colírio escorra pelo canal naso-lacrimal e alcance a circulação sistémica com possíveis efeitos colaterais indesejáveis. A regularidade das instilações deve ser escrupulosamente cumprida em conformidade com a orientação prescrita pelo médico para que o efeito do medicamento se produza de modo uniforme ao longo do dia. É importantíssimo ter presente que não deve haver esquecimento da hora de instilação das gotas pois que tal omissão constituirá factor de comprometimento do sucesso do tratamento.

De acordo com o Dr. Bradley Schuster, citado por Glaucoma Research Foundation, há dois aspectos a considerar na aplicação dos colírios: a manobra de aplicação da gota e a maximização da sua eficácia.

No primeiro caso pretende-se aumentar as chances de que uma única gota atingir o olho. Na verdade, apenas uma gota é necessária, e não duas, mesmo se o frasco diz, "uma ou duas gotas".

Puxe a pálpebra inferior para baixo para aumentar a área do globo ocular disponível, colocando o frasco cerca de uma polegada acima da superfície do olho (segure o frasco o mais verticalmente possível), em seguida, aperte delicadamente o frasco até que veja ou sinta a queda da gota. Tenha cuidado para não tocar o frasco no olho, pois isso pode transferir bactérias para a ponta do frasco.

Em seguida, para maximizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais sistémicos, é aconselhável o uso de duas técnicas: fechamento da pálpebra durante uns minutos combinado com o encerramento do sistema de drenagem lacrimal:
Uma vez verificada a queda da gota no olho, não piscar os olhos ou movê-los para espalhar a gota. Em vez disso, feche suavemente os olhos apenas uma vez, colocar a ponta do dedo mais sensível no canto interior da pálpebra, junto ao nariz (na confluência das pálpebras superior e inferior), e pressione suavemente.
Deixar as pálpebras fechadas e os dedos pressionando suavemente por 2 minutos. Estudos têm demonstrado que leva 2 minutos para a completa penetração da gota na superfície do olho. Coloque a tampa no frasco, com os olhos ainda fechados. As pálpebras fechadas e a pressão sobre o canal lacrimal de drenagem evitam indesejáveis efeitos colaterais sistémicos da droga potente do colírio, impedindo-a de através do canal lacrimal atingir a corrente sanguínea rapidamente. Após dois minutos, a gota será totalmente absorvida pelo olho.
Em próxima oportunidade desenvolveremos ainda um pouco mais este tema.

Comentários

Prezada amiga Izabel,

Os colírios constituem a principal forma de gestão da pressão ocular facilitando a drenagem do líquido do interior do olho ou minimizando a sua produção.

Os medicamentos para tratamento do glaucoma são classificados pelo seu ingrediente activo agrupando-se em quatro “famílias”: análogos de prostaglandina,beta-bloqueadores, agonistas alfa e inibidores da anidrase carbónica. Além disso, a combinação de drogas estão disponíveis para pacientes que necessitam de mais de um tipo de medicação. No meu caso, por exemplo, estou utilizando COSOPT ® que é uma combinação de um bloqueador beta (timolol) e um inibidor da anidrase carbónica (Trusopt).
Os efeitos colaterais destes medicamentos dependem de vários factores ligados à sensibilidade e condição de cada indivíduo. É por isso que na consulta com o especialista deve ser fornecida pelo paciente toda a informação acerca do seu estado de saúde em geral e sobre toda a medicação que porventura esteja a utilizar de modo a proporcionar-lhe o conhecimento para a mais adequada prescrição. De todo o modo, a bula que acompanha o medicamento inscreve sempre as contra-indicações e efeitos colaterais do medicamento respectivo.
No entanto, ressalvando a situação única de cada pessoa, enumeram-se alguns potenciais efeitos colaterais das medicações mais frequentemente prescritas:

Análogos de prostaglandina: possíveis alterações na cor dos olhos e da pele das pálpebras, ardência, visão turva, vermelhidão ocular, coceira, ardor.
Beta-bloqueadores: pressão arterial baixa, diminuição da pulsação, cansaço, falta de fôlego, raramente libido: reduzido, depressão.
Agonistas alfa: queimação ou ardência, cansaço, dor de cabeça, sonolência, secura da boca e nariz, relativamente maior probabilidade de reação alérgica.
Inibidores da anidrase carbónica: em forma de colírio: ardor, queimação desconforto ocular,; em forma de pílula: formigamento nas mãos e nos pés, dores de estômago, problemas de memória, depressão, micção freqüente.

Como se sabe, nos últimos anos surgiram medicamentos que resultam da combinação de duas destas famílias. Os efeitos colaterais das medicações combinadas podem incluir qualquer um dos efeitos secundários dos tipos de drogas que eles contêm.

Espero ter contribuído para melhorar a sua percepção sobre o assunto mas sublinho que eu próprio sou um leigo na matéria e este meu blog apenas pretende alertar todas as pessoas para o cuidado que devem dispensar à saúde dos seus olhos.

Muita saúde para si.

meu pai tem glaucoma mas ele nao senti nada nao sei se é porque elle ussa colirio
uma vista elle nao enxerga mas e a outra esta durando mais um pouco por causa do colirio
te desejo boa sorte com a vista e a todos as outras pessoa.