Está aqui

Blog de tania gaúcha

UMA NOVA EXPERIÊNCIA

por tania gaúcha

Olá pessoal,
estou entrando no mundo virtual agora e estou muito feliz. Nunca tive muito interesse mas agora vejo o quanto eu estava perdendo. Sempre inventava milhões de desculpas até porque tinha quem fizesse por mim. Mas agora não, estou quebrando a cabeça mas descobrindo um mundo novo e maravilhoso que vai me possibilitar falar com pessoas com os mesmos interesses.

Acontece que sou mãe de um rapaz de 16 anos que tem cegueira cortical associada a uma lesão cerebral proveniente de um erro durante um cateterismo quando ele tinha 5 meses de idade. Passou por várias fases complicadas que exigiram muito da minha dedicação natural de mãe, porém hoje posso dizer que respiro melhor pois encontrei uma clínica com o olhar também pedagógico que me dá todo o suporte necessário para o seu bom desenvolvimento.

Estudei alguns semestres de psicologia e realizei alguns trabalhos nesta área que considero bem significativos para trocarmos idéias. Estou aberta para qualquer contato e espero ansiosa que possamos nos comunicar.

UM ABRAÇO DE TANIA GAUCHA .

Comentários

Achei alguns títulos interessantes sobre adolescencia e sexualidade e queria passá-los para vocês;
Lebedeff TB.Aprendendo com o toque:REFLEXÕES E SUGESTÕES PARA UMA EDUCAÇÃO SEXUAL ADAPTADA AO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA VISUAL.REV.BRAS.EDUCAÇÃO ESPECIAL 1994;1(2):31-7

BRUNS, MAT.Adolescer:a vivência de portadores de deficiência visual.Benjamim Constant.1999.jun,5(12):6-16.

__________.Deficiência visual e educação sexual:a trajetória dos preconceitos--ontem e hoje.Benjamim Constant.2000.dez;6(17):24-30.

Taniagaúcha

MÃE,

permita que seu filho cresça
que descubra o mundo
com suas próprias maõs,
com sua própria experiência
e saboreie o valor da realização por si mesmo;
naõ o impeça de ser ele mesmo;
ele apenas é uma criança cega com desjos
de ser também criança como qualquer outra;
poder correr,saltar,rir chorar
e abraçar ,beijar e acariciar,
sentir o mundo pelas próprias mãos
que têem o poder mágico
de mostrar-lhe o caminho!
MÃE,
o teu filho não vê,é cego.
cruel realidade,mas.........o
seu valor como gente,
seu valor moral e espiritual
estão acima de qualquer
condição física.

Taniagaúcha

Respeitar e aceitar as diferenças,exercer a cidadania,trabalhar a inclusão entre outros termos que se têm utilizado,representa mais do que se quer dizer ,do que na verdade o sentido destas expressões encerram. É algo que vem da instância do humano,do mais profundo respeitodo ser pelas individualidades e capacidades.
Será que estamos preparados para tal transformação? Que falta?quehabilidades necessitamos para exercer nossa capacidade de lidar com a diversidade,com o diferente,com as deficiências que todos nós possuimos,cada um do seu jeito?O que é cidadania?Quem tem direito a ela?O que na verdade precisamos para sermos cidadãos e exercermos nossos papéis?
Cada um de nós recebe uma missão ao vir ao mundo,e isto não é um exercício religioso,mas uma reflexão sobre a condição humana.As pessoas estudaram e seguiram diferentes profissões.Outros não puderam estudar e seguiram muitos rumos diferentes.Algumas mulheres escolheram ser mães apenas.......Outros receberam o dom das artes:pintores,escritores,escultores...
Existe desmérito em qualquer um destes papéis que estão representados?As pessoas perdem o seu valor por suas diferentes escolhas? Penso que não,pois é desta forma que se constrói uma sociedade,uma cultura e uma história.Uma história onde podemos encontrar barbáries em relação às pessoas,à natureza ao patrimônioà cultura e a tudo que já foi construido.
Uma rápida revisão na história nos mostra este cenário:lutas por terras,guerras,mortes,bombas,armas nucleares,carnificinas,guerras santas,a sede pelo poder, escravidão,entre tantos outros momentos terríveis que nossos antepassados vivenciaram e que aindase tem notícias.
Poderíamos refletir sobre o que leva o ser humano a tão violentas e arrasadoras ações.A ganância exacerbada,o poder ,as fogueiras das vaidades,odesejo de ser mais ,muito mais,o amor ,o ódio,as imposições--acho também que não saber lidar com as diferenças explicaria de alguma forma tanta violencia.Muito mais do que não saber lidar,mas o desrespeito do ser humano,do que ele representa e do que ele pode e quer ser.E, desta forma,podemos pensar nas pessoas portadoras de deficiência_o quão difícil é para a sociedade em geral conviver ,aceitar ou apenas agir com respeito em relação à pessoas com alguma limitação fisica,mental ou sensorialPior ainda quando a pessoa tem multipla deficiência.O que fazer?Como lidar com ela?Como abordar esta pessoa?talvezdixá-ladizer o quer quer,o que pensa e do que gosta seja o primeiro passo.
Propiciar um ambiente onde possa haver a livre expressão do pensamento,dos seus ideais,dos medos e anseios e muiito importante.
A pessoa com deficiência não é menos humana.Tem direitos e deveres como todos os outros cidadãos que estudam ,trabalham e têm papéis a desempenhar.

Taniagaúcha

Muitas vezes me pego a pensar no absurdo de discutirmos direitos à cidadania,acessibilidade e inclusão se houvesse consciência das desigualdades entre os seres humanos.Lutar por direitos das pessoas portadoras de deficiência me parece tão arcaico,tão antigo,fazendo parte de um passado remoto, que me soa no mínimo estranho que estejamos trilhando passos tão lentos.É inegável que ilustres pessoas conquistaram espaços,abriram portas e propiciaram melhores condições de vida para pessoas com necessidades especiais.Mas,ainda hoje,século xxlse discute a acessibilidade da pessoa portadora de deficiência,embora muitos ainda não entendamque acessibilidade vai além das barreiras arquitetonicas a cnstruçaõ de rampas e banheiros adaptados.
A acessibilidade é o respeito pela condição humana,é uma sociedade mais justa e preparada para as diferenças;é a divulgação do conhecimento,é a permissão para a esccola,o trabalho,a saúde,o amor,o lazer...o viver.Mas um viver com qualidade desempenhando suas capacidades apesar das limitaçoes.
Ser cidadão é muito mais que gozar dos direitos civis e políticos do Estado.É poder ser livre,escolher caminhos,brigar por seus direitos,fazer valer as leis,ser capaz de falar por si mesmo ou ser representado com dignidade,como no caso das pessoas que não têm a possibilidade de se comunicar.
Acho inaceitável que pequenos grupos apenas se preocupem com as deficiências e que muitas iniciativas sejam da ordemdo privado de pessoas que enfrentam dificuldades,que acreditam nas possibilidades,que enfrentam desafios,que ousam e criam e vão ``a luta e são loucos o suficiente para encarar de frente as dificuldades,elevando a qualidade de vida de muitos cidadãos,propiciando o ingresso na sociedade,na escola,no trabalho,na política...
A acessibilidade é algo muito maior,que não se encerra na discussão do arquitetônico.Para mim incia na quebra das barreiras do preconceito,dos estigmas e dos paradigmas arraigados na construção da história das pessoas portadoras de deficiência.
Estas pessoas sempre foram desacreditadas,desvalorizadas e excluidas de qualquer processo social,inclusive,em algumas culturas,da própria família.Eram mortas,encerrads,enjauladas,amarradas,enclausuradas e não consideradas dignas de serem humanas e se desenvolverem como tal.Ainda hoje percebemos ações que destróem a autonomiaa e a consciência do ser humano.
Os seres humanos são construções em desenvolvimento;não são produtos acabados e inflexíveis.É preciso propiciar o desenvolvimento das potencialidades individuais,respeitar as desigualdades,incentivar as possibilidades,perceber as sensibilidades e compreender como o ser se insere no contexto social mais amplo,prroporcionando crescimento,conhecimento e vontade de viver.
Precisamos nos engajar neste processo de construção e reformulação de conceitos,de idéias que naõ se elevam e paralizam o processo social.Somos responsáveis por aquilo que cativamos e não nos resta maais do que a preocupação e a atuação nesta causa que nos conquista e inflama à agirmos e a construirmos uma sociedade mais justa e humana.

Taniagaúcha